A informação e a mídia na produção de novas subjetividades.
A sociedade contemporânea compreendida e identificada como sociedade da informação, traz no seu bojo histórico o continuo processos de rupturas e mudanças. Desde que a mesma, após o século XVIII, passou adotar técnicas especificas para transmitir conteúdos que reconfigurem novos tipos de formas de convivências sociais. Mas que também, passou a servir como novo paradigma econômico de uma nova sociedade, a sociedade pós moderna. E, é nela que o surto da universalização do capitalismo , como modo de produção e processo civilizatório, em forma extensiva e intensiva adquire outros impulsos com base em novas tecnologias e uso excessivo da mídia e seus dispositivos. O que faz desses elementos, a informação e a mídia, elementos importantíssimos na elaboração significativa e resinificação de novas subjetividades do nosso tempo, e, consequentemente, notáveis mudanças nos âmbitos sociais, culturais, políticos e econômico.
Várias dessas mudanças são vistas, constatadas e prognosticadas por alguns autores da ciência sócias ou áreas afins. Os quais nas suas percepções cada um por sua vez, retrata sobre o maneirismo do sistema capitalista na apropriação e criação de necessidades cognitivas e intelectuais, com o fim de tê-las, como mercadorias.
É o caso percebido pelos autores, Theodo W. Adorno Max Horkheimr, os quais notificam que a cultura é um dos elementos claramente determinante para o uso do capitalismo. O qual no afã de resultado cada vez mais de Mais-Valia articula massificação de culturas, fazendo as mesmas passem a explorar o valor da convivência mediática para assim alimentar todo o sistema
Diante disso, segundo esses autores, a indústria cultural por meio do processo reprodutivo tenta tornar todos ouvintes iguais ao sujeita-los, autoritariamente aos idênticos programas das várias estações. E, ao fazer isso, esquematiza mecanismo de padronização para uma homogeneidade entre os sujeitos para agrada-los, mas também para controla-los. Já que o capitalismo impõe seu próprio ritmo frenético de forma proposital, em que o individuo geralmente deixa de pensar e refletir sobre o sistema ideológico que lhe é imposto, posto que este é constituído para obscurecer a percepção dos indivíduos. Fazendo então que os valores sociais, entre esses, a felicidade do individuo, passe a ser influenciada e condicionada por essa cultura; que, por sua vez, gera o processo de atrofiamento da imagem e da espontaneidade do consumidor. Por isso para Adorno e Hokheimer, o individuo nunca era soberano nas suas escolhas. .
Outro autor que discute a problemática do sistema midiático na modernidade é Jonh B.Thompson. Ele traz átona a necessidade de conhecer a eficácia do poder simbólico e seus impactos que os indivíduos venham a ter mediante institucionalizações e consagrações simbólica de valores efêmeros, criados por comunicação da mídia.
Para tal interpelação ele recorre a vivencia social do século XIX, em que a comunicação e a interação se dava face a face. Onde existia uma maior conservação de valores, crença e valorização da presença entre seus pares. Porém, na modernidade midiática observada por Thompson, os valores e crenças passam a estar absolvido em relação desconectada do mesmo contexto. Onde as categorias de tempo e espaço são reconfiguradas de modo que a questão cronológica e espacial já não são mais barreiras para a interação entre as pessoas. Pois as mesmas passam a viver sobre signo da tele imagem em que tudo nos parece ser instantaneamente dado sobre a forma da transpareça das imagens apresentada como evidencias. Criando assim um instante sem passado e sem futuro, um agora mediático, condicionando muitas vezes, experiência local do individuo aos caprichos e desejos da classe dominante que nem os conhecem.
E no dizer de Antonio Gramsci, isso é um processo hegemônico. Processo no qual uma classe dominante consegue fazer com que seu projeto seja aceito pelos dominados , desarticulando a visão de um mundo autônomo de cada grupo potencialmente adversário, para buscar o domínio e controle na medida em que, através da tela imagem mesclam-se a cultura e a ideologia de forma aparentemente inofensiva. Porém, sempre com um fim único, impor uma cultura dominante por meio de dispositivos simbólicos.
Isso pode ser claramente entendido por meio da leitura da sociedade do espetáculo, escrito por Guy Debord nos anos 60, onde ele ressalta o que uma sociedade imagética e, ao mesmo tempo critica a modernidade que é truncada de padrões alimentados pela mídia que por sua vez é produtoras de fetiches.
A isso ele chama de espetáculo moderno. Isto é; as imagens engendram não somente conceitos, mas dispositivos materiais, formas sensíveis, tonalidades emocionais, onde a realidade é notoriamente vivida no plano da imagem devido ao papel relevante da representação. Contudo, a sociedade do espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizadas por imagens. Logo seu espetáculo, não completa, não traduz, nem decora a sua realidade; visto ser ele, segundo Guy Debord, o coração da irrealidade da sociedade real.
Nessa condição ela se identifica tão somente como mercadoria, em que se autoproduz como fábrica concreta da alienação, no momento é que o seu alto retrato é a falsificação da vida real. Mesmo porque sua única mensagem imagética é: o que aparece é bom, o que é bom aparece. Entretanto por traz dessas “aparições” ao mesmo tempo que aparece sobre a forma de objetividade como verdade totalizante e modelo da vida ideal de se ter; concomitantemente organiza a ignorância e o esquecimento .
Para Debord, os indivíduos em sociedade abdicam da dura realidade dos acontecimentos da vida, e passa a viver o mundo movidos pelas aparências e consumo permanente de fatos, produtos e mercadorias; dado o poder hipnótico causado pelas imagens, as quais em alguns graus conseguem deixar a pessoa passiva e aberta à aceitação dos valores preestabelecidos pelo capitalismo . Desta forma os indivíduos se integram e se interagem por meios da comunicação imagética, trazendo para se mesmo a ilusão deque se a mídia não notificou, se não houve um registro imagético ao publico, então não é real, ou não aconteceu . Entretanto, o que muitos indivíduos não estão atentos é que a mídia, geralmente utiliza de suas informações de forma manipuladora, mesmo quando o que é vinculado, parcial ou inteira tenha no cunho um peso de verdade.
Diante do que vimos com esses autores é inegável não confirmar que estamos diante uma sociedade de excessos de estímulos, causada pela tecnologia a serviço do capitalismo. Onde o virtual passa a ocupar o lugar do que é concreto e real . Esteja este na esfera social, cultural econômica, politica ou qualquer que seja outra. A bem da verdade é que o monopólio da informação e da mídia passa ser desenhado sobre os pressupostos da exclusão social, de tal forma que os excluídos são cada vez mais excluídos e os incluídos cada vez mais incluídos e, todos consentem da forma de dominação que uma categoria exercem sobre outras. E assim se sucedem os homens, as suas esferas sócias e as suas categorias de valores, abertos ao poder modificador da era digital.
Sociólogo, Claudionor Lima
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