terça-feira, 16 de setembro de 2014

Artigo : Dilma e o PT terão que mudar, por Fornazieri



Dilma e o PT terão que mudar, por Aldo Fornazieri

Neste domingo votei em Dilma com duas convicções: 1) a presidente termina seu primeiro mandato com resultados que ficam aquém daquilo que as potencialidades da conjuntura proporcionavam; 2) Dilma e o PT terão que mudar de rumos se quiserem manter a perspectiva de futuro. O resultado das eleições foi uma exceção. A conjuntura era de mudança e a lógica seria a de que a oposição tivesse triunfado. Só não triunfou porque Aécio Neves, embalado pela agressividade, pelo falso moralismo, pela disseminação de preconceitos e pela ausência de um programa consistente, não conseguiu gerar confiança na maioria do eleitorado.
Dilma cometeu inúmeros erros na condução da política econômica. Repetiu fórmulas que deram certo no governo Lula, mas que não faziam mais sentido com as mudanças de conjuntura. Atrasou o plano de infra-estrutura por equívocos e preconceitos iniciais. Adotou uma política monetária e cambial confusa que não conseguiu redirecionar recursos para investimentos produtivos e nem conseguiu manter a inflação baixa. Na política fiscal voltaram as velhas maquiagens, perniciosas à credibilidade do país. No plano externo foi inapetente e manteve o Brasil recuado em suas próprias fronteiras. Não foi agressiva na política comercial – uma exigência dos tempos. O resultado foi a desconfiança dos investidores, o baixo crescimento e a redução de ritmo na criação de empregos e na elevação da renda.
No plano político, os passivos são maiores. Colocou gente que não entende de política para cuidar da articulação política; deixou Gilberto Carvalho esquecido no Planalto, retirando-lhes as funções de articular os movimentos sociais; o Conselhão do governo Lula foi abandonado; o diálogo com os partidos e com a sociedade foi pífio; o Ministério, ou por medo da chefe ou por incompetência, foi uma negação. Em resumo: foi um governo burocrático e arrogante, que não exerceu a atividade política de forma criativa, agregadora de energias e de propósitos orientados por um projeto claro de futuro para o país. Por não definir com clareza os fins do seu governo, perdeu-se nos meios. Dilma escolheu o caminho da solidão e exilou-se dentro de si mesma.
Dilma, antes de tudo, terá que mudar de estilo e de conduta como presidente. Terá que governar exercitando o diálogo democrático, pois sem ele a própria democracia não se desenvolve. Terá que destravar politicamente o governo, seja na relação com a sociedade, seja na relação com os partidos e o Congresso. Terá que trocar a equipe econômica, que carece de credibilidade. Terá que escolher um ministério mais qualificado, com ministros capazes de afirmar sua personalidade política e sua capacidade de gestão. Terá que fazer uma limpeza moral nas estatais, principalmente na Petrobras, para recuperar a credibilidade e a eficiência das mesmas.
Dilma começará o segundo mandato imersa em um paradoxo. Por um lado, terá que recuperar a credibilidade do governo num ano de ajustes duros e com movimentos sociais mais propensos a levarem suas lutas para as ruas. A fragmentação do Congresso também será um enorme desafio. Por outro, é preciso reconhecer que a vitória nas urnas representa uma espécie de resgate da própria presidente. Venceu contra uma conjuntura adversa, contra um adversário que usou as armas do ludibrio e do engano, contra uma parcela conservadora da sociedade que disseminou o ódio e todo o tipo de preconceito, contra a volúpia especulativa do mercado financeiro e contra um bombardeio intermitente e impiedoso de setores da mídia. Dilma deveria saber aproveitar a potência desse auto-resgate para fazer ajustes profundos em seu governo, com o objetivo de produzir resultados profícuos, passadas as dificuldades iniciais do seu segundo mandato. Será a coragem de mudar e o alcance das mudanças que dimensionarão o lugar que Dilma terá na história.

 
O PT Deve Mudar
A campanha eleitoral de 2014 foi marcada por um forte antipetismo em setores expressivos do eleitorado. De acordo com as pesquisas, o PT perdeu a adesão nas classes médias, e da maior parte dos mais jovens e dos mais escolarizados. Mesmo entre aqueles que têm o ensino médio, 49% têm uma imagem negativa do partido. Ao perder a adesão dos jovens, o partido perde a perspectiva de futuro.
As razões do antipetismo são de duas ordens. A primeira diz respeito ao ressentimento de setores da classe média que perderam status social pela ascensão das camadas sociais excluídas. É nítido o incômodo da classe média tradicional com a presença da chamada classe C em aeroportos, nos shoppings, nas universidades, nos cinemas e até com o aumento do número de pessoas proprietárias de carros. O ressentimento social fomenta o ódio que esses setores, que se sentem ameaçados, destilam contra o PT por identificar o partido como promotor da ascensão dos debaixo. A violência verbal e, às vezes física, e até mesmo atitudes neofascistas são alimentadas e radicalizadas pelos representantes midiáticos do conservadorismo. O ressentimento preconceituoso se expressa num coquetel explosivo: antipetismo, homofobia, preconceito contra pobres, negros, nordestinos e mulheres.
A outra face do antipetismo é estimulada pela a corrupção de membros do partido e pela arrogância de petistas. O próprio presidente Lula reconheceu, durante a campanha, que o partido se corrompeu, que se transformou “numa máquina de fazer dinheiro”. Os filósofos políticos clássicos sempre advertiram que a corrupção é o principal mal das repúblicas. Na história das esquerdas democráticas ocidentais, particularmente na América Latina, a corrupção foi a causa da erosão de muitos partidos e governos. O fato é que o PT vem sendo identificado como um partido corrupto nos mais variados setores sociais. Mesmo na classe C, a mais beneficiada pelos governos petistas, a imagem do partido só é positiva para 36%. O PT encontrou uma forma estranha para lidar com a corrupção em suas fileiras e em seus governos: se defende e se justifica atacando a corrupção dos outros partidos. Se o partido quiser renovar-se e sair da vala comum da maioria dos partidos terá que lidar de forma intransigente com o problema da corrupção, promovendo uma limpeza interna e propondo mecanismos institucionais capazes de reduzir a corrupção estrutural que graça no Brasil.
A arrogância e a falta de humildade dos petistas também são combustíveis que alimentam o antipetismo. Invoque-se aqui, novamente, a autoridade do presidente Lula que asseverou que o partido se tornou “um partido de gabinetes”. Na medida em que o PT foi se consolidando como partido do poder, escavadeiras potentes escavaram fossos profundos entre os dirigentes e políticos petistas e o povo. Até mesmo a militância do partido foi sendo afastada de uma relação mais direta com seus líderes, com exceção dos momentos de campanha, é claro. Registre-se que há notórias e honrosas exceções nessas condutas.
Mas não resta a menor dúvida que muitos políticos petistas foram assumindo a ideologia e a conduta do “novo rico” a partir das vitórias eleitorais e do desfrute das comodidades do poder. O partido fechou-se para o diálogo e para as críticas. Fechou muitas portas à participação da militância e dos movimentos sociais. Eleitores e integrantes do partido que ousam criticá-lo são estigmatizados como inimigos – agentes do PIG. Invariavelmente, o debate aberto e crítico, de idéias e propostas, é substituído pelas adjetivações desqualificadoras. Uma pessoa que queira realmente contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e solidária não pode apresentar-se como um similar de sinal trocado do radicalismo de direita. Essa arrogância petrificante fez com que setores mais politizados buscassem opções de voto no PSol, por exemplo. O esmorecimento das virtudes políticas e morais no PT paralisou até mesmo sua capacidade de inovar nas políticas públicas. Se o PT quiser recuperar a perspectiva de futuro terá que fazer uma profunda reforma política e moral interna.
Aldo Fornazieri – Cientista Político e Professor da Escola de Sociologia e Política.

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Eleições 2014
Pesquisa mais recente ao cargo de presidente  / 16/09/ 2-14 - Comentário do Sociólogo Aldo Fornazieri  

Estadão

Dilma cai, Marina mantém índice e Aécio sobe no Ibope; empate no 2º turno persiste

Daniel Bramati - O Estado de S. Paulo

16 Setembro 2014 | 19h 40

Presidente chegou a 36% das intenções de voto e continua 11 pontos a frente de Marina; tucano tem 19%




Na projeção de segundo turno, persiste o empate técnico entre Marina (43%) e Dilma (40%)
O tucano Aécio Neves subiu quatro pontos porcentuais na mais recente pesquisa Ibope, de 15% para 19%, enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) caiu de 39% para 36%. Marina Silva (PSB) oscilou de 31% para 30% e viu sua vantagem em relação ao terceiro colocado diminuir de 16 para 11 pontos.
 Na projeção de segundo turno, persiste o empate técnico entre Marina (43%) e Dilma (40%). Na pesquisa anterior, feita uma semana antes, o placar era de 42% a 41%, respectivamente.
Aécio melhorou suas taxas de intenção de voto em todas as regiões, com exceção do Nordeste. No Sul, ele chegou a 23% e ficou em situação de empate técnico com Marina, que tem 26%.
Dilma só lidera de forma isolada no Nordeste (48%) e no Sul (34%). Nas demais regiões, aparece empatada tecnicamente com Marina. No Sudeste, onde se concentram cerca de 44% dos eleitores, a candidata do PSB tem 31% e a do PT, 30%.

O desempenho da atual presidente piora à medida que cresce a população dos municípios onde a pesquisa foi feita. Nas cidades com até 50 mil habitantes, Dilma tem 42% das intenções de voto. Nas com mais de 500 mil moradores, a taxa cai para 32%.
Dilma colhe resultados melhores no eleitorado mais pobre. No segmento com renda de até um salário mínimo, a petista fica com 46% das preferências, mais do que os adversários somados.
A presidente lidera em rejeição: 32% afirmam que não votariam nela de jeito nenhum. Nesse quesito, Aécio tem 19% e Marina, 14%.
Não houve variação nos índices de avaliação do governo federal. Para 37%, a gestão é boa ou ótima e para 28%, ruim ou péssima. Outros 33% veem a administração de Dilma como regular.

O Ibope ouviu 3.010 pessoas entre os dias 13 e 15 de setembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.  O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo BR-00657/2014

Comentário do Sociólogo, Aldo Fornazieri - Diretor da Fundação da Escola de Sociologia e Politica de São Paulo  
DILMA CAI 3 PONTOS, MARINA FICA ESTÁVEL E AÉCIO SOBE 4 PONTOS...E A IMBECILIDADE DOS MARQUETEIROS: Não há um motivo aparente para a queda de Dilma, a não ser o ataque desproporcional e agressivo que ela desferiu contra Marina. Pegou mal em vários setores. É o que dá se deixar comandar por um marqueteiro desqualificado como esse João Santana. É certo que uma campanha política é uma guerra. Mas cada tipo de guerra tem suas regras, sua lógica. Seguindo no nosso mestre florentino, em eleições vale mais o ardil, astúcia virtuosa do que a verboragia agressiva. Foi esse mesmo marqueteiro que propôs que Dilma ocupasse o lugar de "Rainha" no imaginário popular. É espantoso ver como os partidos se submetem às imbecilidades manipulatória dos marketing político. Senhores marqueteiros: vão vender sabonete! Agora está tudo indefinido: Marina ameça Dilma e Aécio ameaça Marina. Não vai faltar emoção.
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,dilma-cai-marina-mantem-indice-e-aecio-sobe-no-ibope-empate-no-2-turno-persiste,1561221
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sábado, 6 de setembro de 2014

Conheça a primeira e melhor escola para estudar Sociologia do Brasil .FESPSP. Essa eu recomendo.




HISTÓRICO


A FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO é uma pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, cujo fim é a manutenção de escolas voltadas ao ensino e à pesquisa em nível superior. O seu núcleo original é a ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO, criada em 27 de maio de 1933 por iniciativa de pouco mais de uma centena de figuras eminentes da sociedade paulistana, dentre as quais se destacam os dirigentes das principais entidades de ensino de São Paulo, como a Faculdade de Direito, a Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina, a Escola de Comércio “Álvares Penteado” e a Escola de Belas Artes, além de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, do Instituto de Engenharia, da Federação das Indústrias, dentre outros.
Orientada desde o início para o estudo da realidade brasileira e para a formação de quadros técnicos e dirigentes capazes de atuar no processo de modernização da sociedade, a ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO (ESP) foi reconhecida como instituição de utilidade pública pelo Governo do Estado de São Paulo, em 1935. No ano de 1946, através do Decreto-Lei nº. 9.786, teve reconhecido pelo Governo Federal o seu curso de graduação, cujo conteúdo foi definido como currículo mínimo para o ensino de Sociologia e Política em todo o país.
Pioneira no ensino e na prática das modernas ciências sociais, a FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA incorporou, em 1940, o curso de Biblioteconomia e Documentação, mantido pela Prefeitura do Município de São Paulo desde a sua criação, em 1936. Em 1941, foi fundada a Divisão de Estudos Pós-Graduados, atual Escola Pós-Graduada de Ciências Sociais, responsável pela formação da primeira geração de pesquisadores nas áreas da sociologia, política e administração pública no país.
Hoje, a FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA mantém a Escola de Sociologia e Política, a Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação, a Faculdade de Administração e a Escola Pós-Graduada de Ciências Sociais. O seu corpo de pesquisadores e docentes se dedica ao ensino, à pesquisa acadêmica e aplicada, reunindo à atividade de produção do conhecimento a capacidade de intervenção, gestão e planejamento, que tem sido a marca de atuação da instituição nos estudos e pesquisas desenvolvidos para os setores público e privado ao longo dos anos.



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Dois Fernandos e uma crise da política

Sob efeito das jornadas de junho de 2013, FHC e Haddad analisam as encruzilhadas da política brasileira.
"Conversas políticas: Desafios públicos", de Carlos Muanis e Aldo Fornazieri (orgs.) (Record, 2014, 176 páginas)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014



A informação e a mídia na produção de novas subjetividades. 
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A sociedade contemporânea compreendida e identificada como sociedade da informação, traz no seu bojo histórico o continuo processos de rupturas e mudanças. Desde que a mesma, após o século XVIII, passou adotar técnicas especificas para transmitir conteúdos que reconfigurem novos tipos de formas de convivências sociais. Mas que também, passou a servir como novo paradigma econômico de uma nova sociedade, a sociedade pós moderna. 
E, é nela que o surto da universalização do capitalismo , como modo de produção e processo civilizatório, em forma extensiva e intensiva adquire outros impulsos com base em novas tecnologias e uso excessivo da mídia e seus dispositivos. O que faz desses elementos, a informação e a mídia, elementos importantíssimos na elaboração significativa e resinificação de novas subjetividades do nosso tempo, e, consequentemente, notáveis mudanças nos âmbitos sociais, culturais, políticos e econômico.
Várias dessas mudanças são vistas, constatadas e prognosticadas por alguns autores da ciência sócias ou áreas afins. Os quais nas suas percepções cada um por sua vez, retrata sobre o maneirismo do sistema capitalista na apropriação e criação de necessidades cognitivas e intelectuais, com o fim de tê-las, como mercadorias.
É o caso percebido pelos autores, Theodo W. Adorno Max Horkheimr, os quais notificam que a cultura é um dos elementos claramente determinante para o uso do capitalismo. O qual no afã de resultado cada vez mais de Mais-Valia articula  massificação de culturas, fazendo  as mesmas passem a explorar o valor da convivência mediática para assim alimentar todo o sistema 
Diante disso, segundo esses autores, a indústria cultural por meio do processo reprodutivo tenta tornar todos ouvintes iguais ao sujeita-los, autoritariamente aos idênticos programas das várias estações. E, ao fazer isso, esquematiza mecanismo de padronização para uma homogeneidade entre os sujeitos para agrada-los, mas também para controla-los. Já que o capitalismo impõe seu próprio ritmo frenético de forma proposital, em que o individuo geralmente deixa de pensar e refletir sobre o sistema ideológico que lhe é imposto, posto que este é constituído para obscurecer a percepção dos indivíduos. Fazendo então que os valores sociais, entre esses, a felicidade do individuo, passe a ser influenciada e condicionada por essa cultura; que, por sua vez, gera o processo de atrofiamento da imagem e da espontaneidade do consumidor. Por isso para Adorno e Hokheimer, o individuo nunca era soberano nas suas escolhas. . 
Outro autor que discute a problemática do sistema midiático na modernidade é Jonh B.Thompson. Ele traz átona a necessidade de conhecer a eficácia do poder simbólico e seus impactos que os indivíduos venham a ter mediante institucionalizações e consagrações simbólica de valores efêmeros, criados por comunicação da mídia. 
Para tal interpelação ele recorre a vivencia social do século XIX, em que a comunicação e a interação se dava face a face. Onde existia uma maior conservação de valores, crença e valorização da presença entre seus pares. Porém, na modernidade midiática observada por Thompson, os valores e crenças passam a estar absolvido em relação desconectada do mesmo contexto. Onde as categorias de tempo e espaço são reconfiguradas de modo que a questão cronológica e espacial já não são mais barreiras para a interação entre as pessoas. Pois as mesmas passam a viver sobre signo da tele imagem em que tudo nos parece ser instantaneamente dado sobre a forma da transpareça das imagens apresentada como evidencias. Criando assim um instante sem passado e sem futuro, um agora mediático, condicionando muitas vezes, experiência local do individuo aos caprichos e desejos da classe dominante que nem os conhecem. 
E no dizer de Antonio Gramsci, isso é um processo hegemônico. Processo no qual uma classe dominante consegue fazer com que seu projeto seja aceito pelos dominados , desarticulando a visão de um mundo autônomo de cada grupo potencialmente adversário, para buscar o domínio e controle na medida em que, através da tela imagem mesclam-se a cultura e a ideologia de forma aparentemente inofensiva. Porém, sempre com um fim único, impor uma cultura dominante por meio de dispositivos simbólicos. 
Isso pode ser claramente entendido por meio da leitura da sociedade do espetáculo, escrito por Guy Debord nos anos 60, onde ele ressalta o que uma sociedade imagética e, ao mesmo tempo critica a modernidade que é truncada de padrões alimentados pela mídia que por sua vez é produtoras de fetiches.
A isso ele chama de espetáculo moderno. Isto é; as imagens engendram não somente conceitos, mas dispositivos materiais, formas sensíveis, tonalidades emocionais, onde a realidade é notoriamente vivida no plano da imagem devido ao papel relevante da representação. Contudo, a sociedade do espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizadas por imagens. Logo seu espetáculo, não completa, não traduz, nem decora a sua realidade; visto ser ele, segundo Guy Debord, o coração da irrealidade da sociedade real.
Nessa condição ela se identifica tão somente como mercadoria, em que se autoproduz como fábrica concreta da alienação, no momento é que o seu alto retrato é a falsificação da vida real. Mesmo porque sua única mensagem imagética é: o que aparece é bom, o que é bom aparece. Entretanto por traz dessas “aparições” ao mesmo tempo que aparece sobre a forma de objetividade como verdade totalizante e modelo da vida ideal de se ter; concomitantemente organiza a ignorância e o esquecimento . 
Para Debord, os indivíduos em sociedade abdicam da dura realidade dos acontecimentos da vida, e passa a viver o mundo movidos pelas aparências e consumo permanente de fatos, produtos e mercadorias; dado o poder hipnótico causado pelas imagens, as quais em alguns graus conseguem deixar a pessoa passiva e aberta à aceitação dos valores preestabelecidos pelo capitalismo . Desta forma os indivíduos se integram e se interagem por meios da comunicação imagética, trazendo para se mesmo a ilusão deque se a mídia não notificou, se não houve um registro imagético ao publico, então não é real, ou não aconteceu . Entretanto, o que muitos indivíduos não estão atentos é que a mídia, geralmente utiliza de suas informações de forma manipuladora, mesmo quando o que é vinculado, parcial ou inteira tenha no cunho um peso de verdade. 
Diante do que vimos com esses autores é inegável não confirmar que estamos diante uma sociedade de excessos de estímulos, causada pela tecnologia a serviço do capitalismo. Onde o virtual passa a ocupar o lugar do que é concreto e real . Esteja este na esfera social, cultural econômica, politica ou qualquer que seja outra. A bem da verdade é que o monopólio da informação e da mídia passa ser desenhado sobre os pressupostos da exclusão social, de tal forma que os excluídos são cada vez mais excluídos e os incluídos cada vez mais incluídos e, todos consentem da forma de dominação que uma categoria exercem sobre outras. E assim se sucedem os homens, as suas esferas sócias e as suas categorias de valores, abertos ao poder modificador da era digital. 

Sociólogo, Claudionor Lima